domingo, 25 de fevereiro de 2018

A certeza a incerteza
Como tudo neste mundo
Todas cartas sobre a mesa
Epiderme ou ir a fundo
Assim somos todos nós
Entre contras e os prós
Entre o mar aberto e o porto
Muitos querem tudo pronto
Temem zona de confronto
Querem zona de conforto..
ALLAN SALES

A banda do Zé Branquinho


Show de Chico Buarque no Recife, ingressos R$ 490.00 e R$ 250,00


Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver o Chico cantar
Mas o ingresso era um horror
A minha gente fudida
Achou tão caro o valor
Pra ver o Chico cantar
Mas o ingresso era um horror

A classe média que contava dinheiro chiou
E um bicheiro que era mesmo bombado topou
E a namorada que contava as moedas
Parou para ver achou foi sacanagem

Moça lisa que vivia lascada nem viu
A turma triste que vivia lombrada fugiu
E a moçada toda se arretou
Sem grana pra ali gastar
Ingresso caro um horror


Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver o Chico cantar
Mas o ingresso era um horror
A minha gente fudida
Achou tão caro o valor
Pra ver o Chico cantar
Mas o ingresso era um horror

Um velho fraco que coçava seu saco gostou
Aposentado era um magistrado e pagou
A moça feia que batia panela
Pensando que Chico comuna a mazela
A produção que espalhou na internet e saiu
Carteira cheia de quem tinha bufunfa se abriu
A classe média baixa se arretou
Sem grana ali pra gastar
Ingresso caro um horror

Mas para meu desencanto ingresso ali não baixou
Tudo tomou seu lugar depois que o Chico cantou
E cada qual no seu canto, em canto um pavor
Depois do Chico cantar quando o boleto chegou
Depois do Chico cantar quando o boleto chegou



ZÉ LIMEIRA, psicografado por Allan Kardec do Nascimento Sales.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Soneto em meio de madrugada.

Quando tudo em volta se fechar
E o tempo feliz for só lembrança
E o tudo e o nada misturar
Até onde da gente não alcança
Ver aí um momento de pensar
Que o perdão que se tem ainda cansa
Pra seguir doutro modo de andar
E buscar pós tormenta uma bonança
Naufraguei mas segui pra ver destino
Por sonhar com o impulso de um menino
O que tem esta vida a oferecer
Se chorar consolar secar o pranto
Prosseguir ter no verso o acalanto
Sempre foi sempre é assim vai ser...
ALLAN SALES

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

domingo, 11 de fevereiro de 2018

MEMORIAL POÉTICO MUSICAL CÊNICO.

Em 1983 eu estrei em teatro com a peça “A chegada de Lampião no Inferno”, uma compilação de textos em literatura de cordel feita pelo publicitário Jairo Lima. A montagem do mesmo deu-se dentro de um projeto de teatro aplicado à educação, produzida e dirigida pelo diretor e ator Joacir de Castro, memorável membro do MCP que nos anos 60 promoveu cultura e agitação política sob inspiração marxista em nosso Recife.

Em 1986, eu fui convidado pelo amigo Anderson Freire para atuar ao lado dele no GRUPO DE POESIA FALADA DO RECIFE. Uma trupe dirigida pelo saudoso diretor Carlos Varella, na qual o poeta José Mário Rodrigues e o professor Roberto Pimentel faziam leituras cênicas da poesia de João Cabral de Mello Neto, Celina de Holanda, Jaci Bezerra, Alberto da Cunha Melo, José Mário Rodrigues, Patativa do Assaré, Audálio Alves, Janice Japiassu, Manoel Bandeira, Ascenso Ferreira, Joaquim Cardoso, Carlos Pena Filho e Fernando Pessoa. Eu atuei como músico (violão, cavaquinho e viola caipira), musiquei poemas de poetas consagrados, fui ator, fiz direção musical e tive uma música minha incorporada em um dos espetáculos. Foi minha maior escola de poesia brasileira e portuguesa, na qual pude conhecer  a obra de grandes ourives da palavra em língua portuguesa.

Em 1989, eu fundei, junto de Beto Vieira e Beto Nery o GRUPO DE ANIMAÇÃO CULTURAL DO SESC SANTA RITA , no qual , com mais colaboradores, entre eles Anderson Freire, fizemos  quatro espetáculos de teatro, três deles com textos poéticos dramatizados e musicados. O derradeiro, chamou-se NORDESTE NA MENTE, uma compilação de autores nordestinos de poesia, misturando autores de poesia dita erudita e acadêmica com poetas poesia popular nordestina, como sendo poesia matuta, repente e literatura de cordel. Foi nesse processo criativo e de pesquisa, que através da palestra ministrada por Neném Patriota de São José do Egito, que eu pude conhecer os vates repentistas e poetas da literatura de cordel. Aprendi as formas fixas e me tornei versejador nestes formatos, em 1999, eu publiquei eu primeiro cordel em décimas de dez sílabas “         O TRABALHO DE BRENNAND”, que foi minha estreia como cordelista.

Em 2005, sob coordenação do poeta José Honório, fundamos a UNICORDEL- UNIÃO DOS CORDELISTAS DE PERNAMBUCO, na qual permaneci por três anos. Uma entidade que congregava quase quarenta pessoas entre poetas, declamadores e pesquisadores ligados ao cordel. Produzi com esse povo dois CDs de declamação de cordel e uma coletânea sobre a vida de Luiz Gonzaga, encomendada pelo Memorial Luiz Gonzaga.

Em 2011, eu encenei meu espetáculo de educação ambiental em cordel BICHO HOMEM. Foi o coroamento de anos de aprendizado em poesia, experimentos de música e experiências cênicas. Fizemos muitas apresentações em comunidades, um projeto pra secretaria de educação do Recife visitando dez escolas e duas apresentações para um movimento social ligado à ecologia de viés socialista. Depois fiz, a partir de 2013, em eventos literários do SESC, uma versão para duas pessoas ao lado do poeta Clécio Rimas.

Em 2012, por três anos fiz o projeto QUINTAS DE MÚSICA E POESIA, no Bar Teatro Mamulengo, inicialmente em parceria com o poeta Clécio Rimas, depois incorporando uma trupe enorme de pessoas do mundo da poesia do Recife e região. Juntando um show de música popular com performances declamatórias.

Hoje, ao lado dos poetas e intérpretes Marlos Guedes, Odailta Alves e Valmir Jordão, fazemos o grupo ARTE EM MOVIMENTO DO RECIFE. Ao qual se incorporam a poetisa Mauricea Santana, a cantora Albinha Suliano, a atriz e cantora Suh Amorim entre outros que sempre aparecem e se juntam a nós. Nos apresentamos com mais frequência no CALDO DE BOTECO e na CASA CULTURAL VILLA RITINHA, ambos espaços que ficam na Rua da Soledade na Boa Vista. E assim, essa experiência musical, poética e cênica permanece, e nós estamos em dois espetáculos montados: CLAMOR NEGRO (,produção .autoria e direção de Odailta Alves e INTERLOCUÇÕES POÉTICAS (autoral de Allan Sales, Marlos Guedes e Valmir Jordão, com interpretações de poemas de outros poetas da nossa ancestralidade poética , sempre alinhavados com música autoral e instrumental de violão e viola caipira).

É isso aí meu povo!

ALLAN SALES






segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Entrevista

Poesia de Allan Sales para a ONG Cores do Amanhã

Tirando onda no Mercado da Boa Vista em 2010

Allan Sales com Sílvio no Mercado da Boa Vista

Intolerância

Toda fé é com respeito
Base da cidadania
Mas existe a tirania
De quem fecha seu conceito
Cultuando o preconceito
Beiram à exorbitância
Pois lhes falta consonância
Com a lei que é dominante
Por detrás do intolerante
Tem cobiça e a ignorância

Cultos afro brasileiros
A umbanda e o candomblé
Outras formas de ter fé
Tradição desses terreiros
Os ogãs os batuqueiros
Entre nós tem importância
Tem beleza em abundância
Para nós tão relevante
Por detrás do intolerante
Tem cobiça e a ignorância

Mas se foram perseguidos
No passar de nossa história
Algo de triste memória
Não ficamos esquecidos
Nestes tempos já vividos
O estado em vigilância
Hoje tem a redundância
De algo bem repugnante
Por detrás do intolerante
                        Tem cobiça e a ignorância

depoimento fevereiro

Mostra Ascenso, Mostra Língua - Allan Sales e Ivan Marinho

Glosas em mote de Felipe Jr, por Allan Sales