sexta-feira, 14 de abril de 2017

SONETO DA ILUSÃO


E do jeito que olhaste foi veneno
Foi feitiço roubou o meu sossego
Cativou coração desse teu nego
Que rendeu-se a sonhar afeto pleno

Outro rumo o mundo fez aceno
E seguiste cigana sem apego
Teu afeto presente de um grego
Que aceitou coração em tempo ameno

Mas depois sobreveio a tempestade
E o tempo mostrou toda verdade
Dissipou ilusão que em nós campeia

O afeto que deste foi tão bom
Mas foi frágil enfeite de crepom
Pois no fundo foi canto de sereia

terça-feira, 11 de abril de 2017


MARTELO AGALOPADO NOTURNO


Fui ali encontrar naquela esquina
O que foi que restou verdade em mim
Encontrei um sinal bem verde enfim
E segui confiante em minha sina
O passado é mestre nos ensina
A não ser o que foi pra nós errado
Corrigir sempre  as rotas do traçado
Encarar superar tempos bisonhos
Com a poeira dos restos dos meus sonhos
Enterrei para sempre meu passado

E rever velhas coisas doutra forma
Reciclar para sempre pensamentos
Retomar os caminhos novos ventos
A verdade suprema como norma
E quem quer vai buscar e se transforma
Este é com certeza um predicado
De quem não se conforma aí calado
Pra espantar sentimentos mais tristonhos
Com a poeira dos restos dos meus sonhos
Enterrei para sempre meu passado

Eu vivi pude ver de tantos jeitos
Como a vida coloca tais ardis
E nos quer sempre tolos e servis
Aceitar detonar nossos direitos
Os caminhos que são assim refeitos
Pra seguir neste rumo aí tomado
Posso crer posso ver bem acordado
Sem viver pesadelos mais medonhos
Com a poeira dos restos dos meus sonhos
Enterrei para sempre meu passado



ALLAN SALES